O quanto temos de Narciso
Você já ouviu falar em narcisismo? Esse termo é utilizado para designar uma teoria da psicanálise desenvolvida por Sigmund Freud. Narciso, foi um personagem da mitologia grega que se apaixonou pela sua imagem refletida na água. Segundo a mitologia o jovem Narciso se debruçou sobre sua imagem até a morte. Para a Associação Americana de Psiquiatria narcisismo é um transtorno de personalidade.
Citei as informações anteriores não com intuito de taxar as pessoas, muito menos identificar transtorno de personalidade. Meu interesse é trazer a memória a importância de percebermos o meio em que vivemos e refletir o quanto temos de Narciso.
Nietzsche falou que “Falar muito de si mesmo pode ser também um modo de se esconder,” pensando nessa afirmação noto o quanto nos escondemos nas coisas em que fazemos. Na verdade não vejo erro nisso, até mesmo porque temos um ego a proteger, porém, fico pensando o quanto tais ações reflete nossa autenticidade.
Saber lidar com o seu “eu” sem comprometer o outro requer muito esforço, viver somente em prol do interesse particular fragiliza o social. Penso que quando assim o fazemos de certo modo estamos nos martirizando já que somos seres que vive em coletivo. Desenvolver uma sociedade justa se faz necessário buscar o interesse mútuo. É zelando pelo o direito do outro que garantimos o nosso.
Narciso ensoberbecido pela sua beleza não soube distinguir sua imagem. Para não cometermos o mesmo erro de Narciso precisamos saber o que é nosso e o que é do outro, onde começamos e onde terminamos. Uma sociedade onde o outro não é percebido, onde os interesses próprios sobrepõem a do coletivo, onde a beleza individual independe da do outro é sem dúvida uma sociedade fragilizada.
Eliab Xavier
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